“Entre o sono e o sonho, entre mim e o que em mim é o quem eu me suponho, corre um rio sem fim”. Fernando Pessoa, inspirado poeta, leitor sensível da alma humana, pode traduzir com sutileza o desafio de cada existência. Onde se dará nosso despertar de compreensão?
Vamos de crises em crises aprendendo aos tropeços, sofrendo de ansiedade, estresse e cansaço. É preciso compreender que não é a crise que nos encontra, somos nós que a produzimos. Isso se dá porque não fluímos bem nos movimentos da mudança, nesse rio sem fim a que costumamos chamar vida.
A mudança é o ritmo no qual o mundo caminha e só há um jeito de se dar bem com ela, aprendendo a mudar também. O maior paradoxo, a contradição mais coerente da mudança, é que é preciso mudar para ser quem se é. É preciso deixar de ser quem não somos, de fazer o que não queremos e viver o que não gostamos. Se olharmos atentamente nossa realidade, vamos perceber que muitas coisas em nosso dia a dia se encaixam nessa definição que é contrária à nossa natureza.
É urgente nos armarmos de coragem e irmos a busca de nós mesmos. É prioritário definir o que vamos fazer com o tempo que nos foi dado. É fundamental acordarmos do sono ilusório da realidade para vivermos na prática o sonho que nos comove. A crise é apenas um sinal na estrada dizendo que é hora de rever o caminho. Vá em busca de si mesmo e não tenha medo dos desafios e das incertezas, pois as asas só aparecem quando o chão desaparece.
(Dulce Magalhães é educadora, pesquisadora, escritora e palestrante; escreveu o livro “Mensageiro do Vento”, dentre outros)
2 comentários:
Parabéns primo, muito lindo o texto!
beijos
até mais
Incentivo a vida não é?!!!
Continuemos em busca de nós mesmos...
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